terça-feira, 17 de maio de 2011

Conclusão tardia

Preciso de alguém para amar
ainda que seja você
na falta de alguém melhor.

O tempo passou
e cheguei a conclusão de que os poetas estavam errados:
o tempo não cura,
no máximo, cauteriza
e tanto tempo depois,
me vejo aqui no mesmo dilema:
na ausência de lembrança melhor,
me agarro à sua imagem,
pois já não há farol nesse mar revolto.

Duvido que sequer recordes que te amei.
Paciência.
Nem eu me recordava até agora.

Mas, quando parei para avaliar o que me valeu na vida,
percebi que não houve beijo melhor,
que nunca me senti melhor agasalhado por outro abraço,
ou conheci o desejo de forma tão primal.

E agora, diante da hora derradeira,
não há mais ninguém com quem eu queira estar.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A pequena encruzilhada

Há verdades para serem ditas,
normalmente as que não queremos escutar,
mas estamos loucos pra dizer.
Tudo que acharmos que deve haver, haverá:
Sonho, desilusão, traição, verdade e mentira.
Serás meu sonho em dias de paz,
minha tormenta nos dias ruins,
serei teu silêncio, em tua ânsia por solidão,
teu carrasco em tua auto piedade?
Duvido.
No fundo seremos estranhos.
pensaremos estranho, viveremos estranhos.
Partilharemos camas, lençóis,
mas haverá sempre um deslize,
uma falta ou um excesso
que nos levará a questionar a sensatez de estamos juntos.
Estarás pronta para isso?

(a quem interessar que responda...)