Queria sentir mais.
Nada consigo.
não há emoção,
não há dor,
não há medo.
se pudesse choraria,
mas não vejo justiça em derramar lágrimas.
Cansei de paredes e relógios,
dessas máquinas inventadas pra não nos deixar ser felizes,
cansei de "meu" de "seu" de "dele" e "dela".
Não estou num dia bom para possessivos.
Sinto uma necessidade de indefinidos:
preciso de "algum" e "alguma", "que"
preciso de "alguem" ou de "algumas"...
algo para sair deste vicioso pleonasmo
a que me vejo reduzido e oclusivo,
cansado do tratamento ambigüo a que sou submetido.
quanto mais caminho atrás de meus objetivos,
mais eles parecem caminhar adiante.
sinto-me ultrajado,
como quem volta pra casa após ter feito um péssimo negócio.
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