sexta-feira, 20 de novembro de 2009

À sua porta

(*knok knok*)
-Sou eu.
-Eu quem? como vou saber?
- Sou aquele que se realça cada vez que chega perto de você.
- Bobagem, você diria qualquer coisa pra poder entrar...
- De fato. Diria qualquer coisa. Mas nada mais que aquilo que sinto, mesmo porque, você saberia se eu estivesse mentindo.
- Conveça-me então.
- Eu ainda me perco, e me encontro nesse seu olhar, a memória de teu toque ainda me persegue como um sonho bom, me sinto adolescente de novo cada vez que te faço corar.
- Mesmo depois de tanto tempo?...
- Tempo... nosso algoz e redentor... quando estou solitário e desistente, o vento me sopra tua imagem à lembrança, causando-me sensações que eu há muito havia esquecido, a boca seca, o frio na barriga, e todas essas coisas que a gente não sabe nomear... coisas que há anos eu não sentia, mas que estão me consumindo aqui deste lado da porta. Não sei o que o tempo fez de nós, penso apenas no que podemos fazer de nosso tempo.

2 comentários:

disse...

Belíssimo texto, pra variar. Tocante.

TelMont. disse...

Olá! Primeiro texto dos teus q estou lendo. Gostei mt desse diálogo, me provocou imagens d lugares onde ele poderia estar se desenvolvendo.Uma mesinha de bar ao ar livre...ou um ponto onírico qualquer.