sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Delírios de um náufrago - Pré-festum
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Delírios de um náufrago II
Sonhei que navegava num sem-fim de prazeres,
Um mar de lascívia, destes, imaginava eu, nunca dantes navegados
De águas entorpecentes, coberto de pererecas de todas cores, raças e sabores,
Onde nada mais se enxergava, senão o azul do céu, e as pererecas deste mar
Formando um contraste penetrante no horizonte.
Vi os peixes com seus formatos fálicos saltando uma altura inimaginável,
Para vigorosamente mergulhar.
Não bastasse a visão de tamanhas belezas,
Ouvi o canto de sereias sussurrando promessas de uma esbórnia sem igual.
“Lança-te neste mar regala-te em teus desejos,
Aqui não há lei, aqui não há limite,
Seremos tuas, vem nos possuir”
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Nessa hora o mar se agitou, de pequenas ondas formou enormes vagalhões de sensações
Calores que eu nunca havia sentido, seguidos de súbitos calafrios,
Me conduziram da vida para a morte, e depois de novo à vida
Para novamente voltar a morrer,
Queria fechar os olhos para me perder naquela atmosfera libertina,
Mas os queria ao mesmo tempo abertos para desfrutar da visão
De tantas delícias saradinhas em avidez sensual.
Naquela hora decidi não mais acordar,
Atirei-me no mar de pererecas, e , ali eu morri,
Em meio a prazeres nunca dantes desfrutados.
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Ao nascer o novo dia, jazia um corpo em uma praia esquecida,
Morto em prazeres.
Era tanto mar naquele dia, que aquela carcaça não suportou tamanha arrebentação
Das tais águas inebriantes, cobertas de pererecas de todas as cores, raças e sabores.Delírios de um náufrago I
Um dia luz, outro escuridão.
Um dia festa, outro desolação.
Um dia o luxo, outro, nada mais que abandono
dancei, comi, bebi, amei...
agora, solidão.
Queria ser livre, ganhei imensidão.
Queria ter tudo, ganhei mais do que podia me tornar,
Tornei-me imperador, Senhor em alto mar,
Senhor de apenas um súdito.
Eu que adorava comer pescado,
Vejo os peixes a me rodear,
Morrendo de sede, em meio a este mar inútil.
Não sei que dia foi ontem,
Imagino que o dia de hoje será o que irei morrer.
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Quando a escuridão me abraça, não consigo discernir se é a noite
Ou a escuridão que me abraça
Deixo-me levar pelas fadas negras,
Anjos de escuridão...