terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Pesadelo pessoal
tudo era sol
vento no rosto
tudo era liberdade
diante dos olhos apenas asfalto e horizonte
havia poucos carros
tudo parecia um convite
um chamado a velocidade
mas mesmo assim nao corria...
Queria olhar a estrada
sentir a brisa
seguir meu caminho
nada mais.
Ao longe havia algo.
Um pouco mais adiante
parecia algo contornavel.
Segui viagem.
O que e contornavel nao nos preocupa.
Mais de perto aquilo parecia um problema.
A dez metros tornou-se um obstaculo
(um daqueles tipo intransponivel).
Quando percebi eram tantas vozes
tantos braços
era puxado forçosamente a consciencia.
Dor. Nao tinha mais estrada.
Vento. Alsfalto.
Havia apenas dor. Desorientaçao.
Depois salas encardidas que deveriam ser brancas.
Dor. Injeçoes. Felizmente nenhuma fratura.
Dependencia fisica, social, medica...
E assim cortaram-me as asas,
jogaram no chao,
depois pisaram-me o pescoço,
humilharam-me exigindo retrataçao...
...
...
domingo, 10 de outubro de 2010
Hedonismo? Sim, por que não uma dose?
Tá bom, talvez eu não te ame de fato,
mas isso não impede que eu te deseje.
E, digo mais, não faz de meu desejo por você menos sincero
(mais intenso, talvez, menos sincero nunca).
E, por mais que você argumente que nunca poderemos fazer amor desse jeito,
pergunto-me se algum dia já tive esta receita,
pois você não é a primeira pessoa que conheço que me indaga por isso...
Quando você me diz que quer fazer amor eu me pergunto:
Amor se faz de barro? se faz de ferro ou argila? de madeira ou bronze?
Sei lá! só sei que seja lá do seja feito não se faz de sexo.
Eu te faria minha deusa, ergueria altares em teu nome.
Te faria minha domina, e atenderia qualquer dos teus caprichos.
Te faria minha musa e sonharia contigo acordado.
Mas, não se faz amor na cama,
a gente faz amor na vida.
*Um toque nas mãos,*
*um abraço furtivo...*
*um beijo na nuca... ....!*
*um bocado de palavras que nem precisam fazer sentido... ...?*
*uma explosão de sensações... :-*
*um pouco de força -pero sin perder la ternura jamás ;-)*
Porque você não vem logo então?
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Excedências
domingo, 22 de agosto de 2010
Metalinguagem
tocar teu ser substantivado feminino,
próprio e sobrecomum,
te conduzir pelas circunstâncias
de verbos de alta transitividade,
ignorando a indefinição de seus artigos
quero ter o prazer de explorar sua evasividade,
provocar suas exclamações
responder suas interrogações
e te levar de quebra às interjeições mais sacanas,
ambíguas, elípticas
acentuadas como as proparóxitonas
quero estar com você pleonásticamente, mas sem viciosidade
quero gozar de teus atributos,
de tua sintaxe, tua morfologia
passear meus dedos em tua textualidade
e te fazer perder a estrutura.
sábado, 12 de junho de 2010
Pra não dizerem que não falei de flores...
Acredito eu que as garotas,
o cara certo, alguém para casar,
que alimente suas fantasias,
chegue em casa fazendo carinho,
pague as contas do cartão de crédito,
que seja um bom amante ao estilo latino,
que saiba fazer poesia e massagear os pés,
que faça gracejos, e, de vez em quando, chegue com um mimo...
que nunca faça cara de aborrecido,
e, de preferência, concorde com tudo,
e, que depois de tudo, aceite todas as conseqüências (adoro o trema, achei uma tremenda injustiça o seu banimento)
com um sorriso largo e um astral sempre otimista.
Acho que jamais agradarei estas senhoritas. Talvez ninguém as agrade.
Acredito que os rapazes pensam naquela jovem
que um misto de mulher e deusa pagã:
divina e terrena,
humana e onírica...
mais divina que terrena,
mais onírica que humana,
mais amante que virtuosa,
mais bonita que inteligente,
mais sapeca que prudente,
pensam no xanadu,
no shagri-lá,
na aurora e no apogeu,
depois em mais nada, num cigarro, talvez...
Senhores, lamento informar, mas esta pessoa acima descrita não existe, e, se existe, não é real.
Delicia-me o fato de saber que o mundo não é regido por estes desejos fúteis, das senhoritas ou dos rapazes. A realidade é que temos o que escolhemos, e, se nos escolhem, aceitam todo um pacote. Vejo em meu dia a dia várias pessoas marcadas por escolhas erradas e/ou desmerencendo o fato de terem sido escolhidas (algumas muito mal escolhidas). Viva bem com alguém, se não dá procure outro, mas desocupe a vaga antes, não empate as pessoas pois a vida é curta. Esqueça essa de ciúme doentio, isso não faz bem pra ninguém. Viva e deixe viver.
Sobre o dia dos namorados: isso é só uma besteira que o comércio inventou pra tirar dinheiro da gente, se você passa o ano sem valorizar seu parceiro(a), massagear seu ego por um dia não vai torná-lo(a) melhor.
Guten tag!
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Vida perdida
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Comunicado
Aos que de, uma forma ou de outra, são leitores deste blog, aviso que tão logo possível haverá novos posts.
Até +, pessoal!
quarta-feira, 10 de março de 2010
Delírios de um Náufrago - The party is over (before begin)
já não era mais eu,
já não vivia mais...
era um ser jogado na eternidade,
pleiteando um encontro com Deus ou com o Diabo,
embora ambos parecessem ocupados demais
para mais uma alma que esperava descobrir
o sentido da morte.
Nada mais o que fazer, ou o que pensar,
resolvi Caronte encarar:
"Ó porteiro destes infernos,
atendei este errante
que veio - para variar - errar em vossos umbrais,
mas desde já vou avisando:
meu coração perdido não pertence a este lugar!"
...
"Ora, se não é o náufrago errante neste limbo!
que queres tu alma errante,
vieste conhecer teu destino e enfim padecer em teu inferno?"
"Ó condutor das almas, leva-me a meu destino,
pois que o pós morte já me deprime."
"Sobe pois na barcaça dos destinos
pois que em teu distinto destino ela te conduzirá..."
Subindo a barcaça das almas,
deparei-me com os diversos infernos...
o de Dante estava um tanto caído
e tinha um enorme banner onde estava escrito:
"Dante's inferno is coming - more information http://dantesinferno.hot"
(Imaginei que a crise de credibilidade que abala o mundo pode ser maior do que diziam...)
Espantei-me ao perceber que a barca tomava uma direção oposta à dos condenados, parando em um tosco prédio acizentado. Uma placa decadente, porém respeitável diziam "Inferno - 666ª Sucursal". Nesse instante acabou o momento poético.
Ao entrar na recepção estva um verdadeiro pandemônio: Uns berrando no guichê que o castigo que estavam recebendo era pouco e não fazia juz à sua reputação em vida, algumas mulheres reclamavam o fato de uma companheira de barraco não estar lá, o que era uma "injustiça sem tamanho", vi até um certo político tentando advogar que tinha imunidade parlamentar, por isso sua condenação era injusta.
O fato é que depois de muito esperar, O sr. Desmundo, que parecia ser meio que o chefe daquela balbúrdia me disse que era completamente impossível alocar um maldito ateu no inferno, eu é que fosse procurar o céu pra ver no que dava... eu fiquei triste quando o Caronte me mostrou a escada...
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Carta de separação
Delírios de um náufrago - Prefestum nefastum II - um minuto antes do depois do fim.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Delírios de um náufrago - Pré-festum
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Delírios de um náufrago II
Sonhei que navegava num sem-fim de prazeres,
Um mar de lascívia, destes, imaginava eu, nunca dantes navegados
De águas entorpecentes, coberto de pererecas de todas cores, raças e sabores,
Onde nada mais se enxergava, senão o azul do céu, e as pererecas deste mar
Formando um contraste penetrante no horizonte.
Vi os peixes com seus formatos fálicos saltando uma altura inimaginável,
Para vigorosamente mergulhar.
Não bastasse a visão de tamanhas belezas,
Ouvi o canto de sereias sussurrando promessas de uma esbórnia sem igual.
“Lança-te neste mar regala-te em teus desejos,
Aqui não há lei, aqui não há limite,
Seremos tuas, vem nos possuir”
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Nessa hora o mar se agitou, de pequenas ondas formou enormes vagalhões de sensações
Calores que eu nunca havia sentido, seguidos de súbitos calafrios,
Me conduziram da vida para a morte, e depois de novo à vida
Para novamente voltar a morrer,
Queria fechar os olhos para me perder naquela atmosfera libertina,
Mas os queria ao mesmo tempo abertos para desfrutar da visão
De tantas delícias saradinhas em avidez sensual.
Naquela hora decidi não mais acordar,
Atirei-me no mar de pererecas, e , ali eu morri,
Em meio a prazeres nunca dantes desfrutados.
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Ao nascer o novo dia, jazia um corpo em uma praia esquecida,
Morto em prazeres.
Era tanto mar naquele dia, que aquela carcaça não suportou tamanha arrebentação
Das tais águas inebriantes, cobertas de pererecas de todas as cores, raças e sabores.Delírios de um náufrago I
Um dia luz, outro escuridão.
Um dia festa, outro desolação.
Um dia o luxo, outro, nada mais que abandono
dancei, comi, bebi, amei...
agora, solidão.
Queria ser livre, ganhei imensidão.
Queria ter tudo, ganhei mais do que podia me tornar,
Tornei-me imperador, Senhor em alto mar,
Senhor de apenas um súdito.
Eu que adorava comer pescado,
Vejo os peixes a me rodear,
Morrendo de sede, em meio a este mar inútil.
Não sei que dia foi ontem,
Imagino que o dia de hoje será o que irei morrer.
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Quando a escuridão me abraça, não consigo discernir se é a noite
Ou a escuridão que me abraça
Deixo-me levar pelas fadas negras,
Anjos de escuridão...